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Pierre Martins |
As vezes nem eu mesmo me entendo. Sou como um buraco negro,
onde tudo é absorvido e nada consegue escapar. Se o mundo a minha volta estiver
desmoronando, então por dentro eu estarei implodindo. O efeito a curto prazo é
sempre uma devastação. Sinto-me responsável de mais por muitas coisas. Coisas
que sei que nem são responsabilidades minhas. Sinto que tenho tanta coisa para
fazer e em tão pouco tempo que sempre esqueço do que é realmente necessário.
Sei que Deus não tem se agradado disso. As coisas mais importantes de minha
vida estão ficando pra trás e eu nem sei como as resgatar. Sinto-me como um
computador com seu HD cheio e pouca memória RAM para executar o sistema com a
velocidade certa. Estou cansado. Mas o pior é que estou mais cansado de ser eu.
As vezes sinto que preciso de novos ares para que possa respirar. As vezes
sinto que quero estar longe de tudo. As vezes sinto que deveria largar tudo e
procurar o tal buraco de minhoca descrito por Einstein e ir para um novo mundo,
talvez uma galáxia distante, em um planeta como a Terra, mas não com humanos e
sua sociedade decadente, e sim com cachorros. Eu gosto dos cachorros. São
amigos fiéis.
Talvez o saldo disso tudo a longo prazo me faça crescer
muito mais do que eu possa imaginar. Afinal, as colisões e explosões são
essenciais para a formação da vida e de tudo que a sustente. Em meio a isso
tudo eu acabei me apaixonando por uma música, especialmente por um trecho dessa
música:
“Children don't stop dancing
Believe you can fly
Away... away”
(Don’t stop dancing – Creed)
Martins, Pierre –
Iguaba Grande – 10 de março de 2015.
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