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Contato imediato de quarto grau.

Concepção artística da chegada de Nêmesis
Quando abri meus olhos quase não pude enxergar o que se passava a minha volta. Tudo estava embaçado. Era uma sala com iluminação baixa. Meu corpo estava nu, envolvido por um lençol metálico. Levantei-me lentamente e ainda atordoado. Me escorei na maca de onde levantei e então fui recobrando minha consciência. Ao olha para os lados, notei diversos potes com partes humanas em conserva. Meu coração estava acelerado e eu não podia entender o que estava se passando. Haviam coisas estranhas em cima das mesas. Notei um pedaço de vidro transparente com um pequeno retângulo metálico na parte inferior do objeto. Nele havia a imagem de um coração batendo e em cima estava escrito algo com algum hieróglifo incompreensível. Afastei-me de costas e uma porta se abriu. Então passei por ela e entrei em uma sala escura. A princípio parecia não haver paredes, porém logo percebi que se tratava de um vidro incrivelmente transparente. Então ouvi uma voz sussurrar em minha mente.

- Olá...
- Quem é você? – indaguei.
- Acho incrível que tenha acordado. Seu organismo se esquiva do efeito do nosso sedativo.
- Onde você está? – perguntei desesperadamente.
- Estou aqui, ao seu lado.

De repente eu vi algo humano, mas ele tinha uns dois metros de altura e longos cabelos lisos e louros; usava algo como um macacão azulado, mas com o escuro do ambiente não pude perceber bem. Sua expressão era de um funcionário satisfeito com um trabalho, pois apesar de parecer cansado, ele sorria.

-  Quem é você? – perguntei com medo. Meus olhos lacrimejavam e meu corpo tremia.
- Calma, - disse ele. – no começo todos vocês ficam assim. 
- Todos nós? Como assim?
- Vocês escolhidos para manter contato. – respondeu ele em tom de calmaria.
- Do que você está falando? Quem é você?
- Sou Mahat Zoratti. – respondeu ele. – Da estrela de Gep, da Galáxia de Gapriel. 
- Como é que é? – pensei ter pirado de vez ao ouvir dizer isso.
- Olhe a sua frente. – disse ele. – Olhe essa estrela. – mostrou-me uma estrela de tom avermelhado. 

Ao olhar para o lado, notei um planeta gigantesco, muito parecido com as fotos que vi de Júpiter. Então Mahat Zoratti voltou seus olhos em minha direção e disse:

- Divino, não acha?
- Onde estamos? – perguntei.
- Nós a chamamos de GEVLPAV-93B-H. Traduzindo: Galáxia Espiral Via Láctea, Periferia, Anã Vermelha número 93 Bilhões com zona Habitável. Mas em nosso idioma seria outra referência. Essa estrela ainda não foi observada por vocês, mas em 124 milhões de anos ela se tornará a vizinha mais próxima de seu sistema planetário.
- O que é você? De onde você vem?
- Sou um humano como você, mas de uma raça diferente. Fomos criados em mundos diferentes, apesar de serem bem semelhantes. Minha raça já prospera a mais de 1 bilhão de anos. Somos os humanos mais antigos do universo que conhecemos. Nós viemos de um planeta chamado Ária, ou traduzindo em sua língua, Terra. Fica naquela naquela direção – disse apontando para a constelação de Zeta Reticuli – só que a muitos anos luz de distância. Invisível aos olhos de seus mais sofisticados telescópios.
- O que vocês querem comigo?
- Temos de manter contato com sua raça para que possam alcançar o estágio da evolução necessário para que possam se expandir por essa galáxia. Nós humanos somos raros nesse universo. Por isso temos que agir assim, em cooperação.
- Já se comunicaram com alguém antes de mim?
- Por que perguntas se já sabes a resposta?
- Quem foram eles?
- Grandes homens! Dos mais humildes aos mais aclamados! Cada um contribuiu de uma maneira diferente. Em nossa sociedade não importa a sua patente. Não somos individuais como vocês ainda são. Nós cooperamos para o bem comum. Temos de entender que somos uma família e que o universo é imenso para que possamos perder tempo com coisas pequenas. Qual é o sentido de sua vida em seu ponto de vista?
- Existir? – respondi sarcasticamente.
- Aprender. Essa seria a melhor resposta. – sorriu com desdenho. – Está na hora de voltar.

Então vi aquele lindo vidro se escurecer e uma luz forte e branca se ascendeu naquela sala.

- Que houve com o vidro? – perguntei.
- Não é vidro. -  respondeu sério. – É um metal que ainda não conhecem.

Concepção artística de um Alienígena Grey
Então ele saiu da sala passando por uma porta que se abria pela parede branca da sala, de costas para o lugar onde havia o vidro e em seguida vi dois seres humanoides pequenos e acinzentados, de aspecto desproporcional e com uma enorme cabeça e olhos amendoados. Eu sabia quem eles eram. Grays! Usavam uma roupagem colante de cor branca fosca e sem costura. Então um deles me olhou nos olhos e disse dentro de minha mente: “boa noite!”
Então acordei com meu celular despertando debaixo do travesseiro. Se foi um sonho eu não sei. Mas enquanto conversava com Mahat Zoratti eu não sentia medo. Senti uma paz imensa. Gostaria que tudo aquilo fosse real. 



Martins, Pierre – Iguaba Grande/RJ – 16 de março de 2015. 

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