Todos os dias eu enfrento uma guerra. Todos os dias eu empunho minha arma e mato milhares de pessoas que eu poderia me tornar. Mato metas, mato objetivos, mato meus sonhos.
Todos os dias eu deito minha cabeça no travesseiro e sinto que estou desmoronando. Sinto que o mundo tem estado cada vez mais cinza. Eu olho para o céu e tudo o que posso enxergar é uma imensa tempestade que fica cada vez mais próxima.
Eu me apego a esperança e vivo a espera dos dias felizes. Ainda que me sinto um tolo, prefiro esperar por eles.
Eu sei que meu futuro é um castelo e que eu sou a única pessoa que pode construí-lo. Mas eu sigo me anulando e ajudando outras pessoas a construírem os seus enquanto o meu vai ficando para depois.
Eu queria um amigo para conversar. Mas onde encontraria alguém que pudesse me ouvir sem me compreender, sem me julgar?
Eu queria pavimentar a minha estrada, construir o meu castelo, mas tudo o que acho pelo caminho são as armas que matam meus sonhos. Um dia após o outro eu mato mais um homem que eu gostaria de ter me tornado.
Eu me tornei um soldado que vive para matar todos os meus “eus”, todos os dias. E quanto mais o tempo passa, mais fácil essa tarefa se torna.
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