Saudades.

"É que a gente quer crescer e quando cresce quer voltar ao início" (Kell Smith - Era uma vez)

Quando fecho meus olhos ainda consigo enxergar o fim da aula na escola. Ainda sinto o cheiro do pátio em meio ao vazio do horário do meio dia. Como permitir que aquele tempo tenha se passado sem que nada tivesse me marcado? Bom, é impossível! Tudo aquilo me marcou de uma forma tão intensa que jamais conseguiria esquecer. Eu sinto falta daqueles momentos. Sinto falta dos amigos que tive e que não tenho mais ao meu lado.

O tempo passa, a vida muda e as pessoas fazem escolhas diferentes e os caminhos deixam de se cruzar. São em momentos como este, de hoje, que paro para refletir sobre tudo. Eu me arrependo de não ter tirado mais daquela época. Queria ter tomado atitudes diferentes. Queria ter sido tão intenso a ponto de me tornar inesquecível para as pessoas como algumas foram para mim.

Quando somos adolescentes, a nossa imaturidade impede que digamos as pessoas o quanto prezamos tê-las ao nosso lado. Mesmo que sejam nas brincadeiras bobas. Mesmo que sejam nos momentos simples...

Depois de velho, a gente se pergunta o motivo pelo qual não deu um abraço nos amigos, não exaltou a importância que cada m deles tiveram em nossas vidas. Mas jamais teremos aqueles momentos novamente e isso nos incomoda bastante.

Quando encontro alguém daquela época, mesmo aquelas pessoas a qual não mantinha contato, percebo em seus olhares no quanto elas sentem o mesmo que sinto. E mesmo aqueles que não estavam diretamente ligados ao nosso circulo de amizade, se tornam uma boa companhia para conversar e deixar pairar no ambiente aquela nostalgia que só faz aumentar a saudade dos tempos passados.

Acho que envelhecer é isso. É perceber o quanto perdemos coisas incríveis sem perceber. Se eu encontrasse meus velhos amigos agora, certamente os abraçaria. A gente sente saudades. Fazer o que, não é?!

Martins, Pierre – Iguaba Grande/RJ – 25 de maio de 2019.