" A pessoa que você era a cinco anos atrás se orgulharia de quem você se tornou hoje? " (Pierre Martins)
Bom, nunca é fácil quando se vive em um mundo tão
complicado como o nosso. Viver as margens de uma revolução social muda
completamente nossa cabeça.
Vamos lá... A cinco anos atrás você não tinha o
“Whatsapp”, as chamadas ilimitadas eram raras, assim como o smartphone. A cinco
anos atrás o mundo era menos conectado, apesar de estar bem diante da revolução
tecnológica digital.
Bom, a cinco anos atrás eu tinha relacionamentos com
amigos mais presentes. Tudo bem que usava bastante o “MSN”, porém se eu
estivesse fora de casa, meu contato era físico. Minhas conversas eram
presentes, olhando para a pessoa. E ela também me olhava. Eu não precisava
dividir sua atenção com a outra pessoa que esta falando com ela no “whatsapp”.
A cinco anos atrás eu tinha sonhos mais concretos. Eu tinha mais disposição
para sair e viver a vida. Eu me importava mais em ver o nascer e o por do sol.
Eu tinha mais vontade de ir a praia, viajar, sair de casa. A cinco anos atrás
eu era livre de mim mesmo.
Bom, o cara que eu fui a cinco anos atrás talvez se
decepcionaria com o barrigudinho que eu me tornei. Abandonei coisas simples que
eu fazia para me relacionar com meus amigos. Faz uns cinco anos que eu não jogo
um futebol. Faz tempo que eu não converso pessoalmente com amigos. Acho que
aquela pessoa que fui não se orgulharia ao ver que me distanciei das coisas que
eu julgava tão importante. De fato, a revolução tecnologia reprimiu meus
relacionamentos interpessoais. Agora não identifico meus amigos pela voz, mas
pela forma com que escrevem suas mensagens instantâneas via celular.
Talvez eu tenha conseguido alcançar alguns sonhos, outros
não. O fato é que com a quantidade de informações, hoje meus sonhos e ambições
são menores. Eu sei exatamente o que vai acontecer nos próximos dias. E como
dizem, noticia ruim anda bem rápido. Basta olhar no “G1.com” que você vai entender
como meus sonhos foram reduzidos pela metade. Noventa por cento todas as
informações tratam de desgraças, corrupções e previsões ruins para o futuro
próximo. Hoje penso que não saber de algumas coisas nos faz ser mais corajosos
para sonhar.
Por fim, hoje aceito a sentença de que só me sinto
completo quando olho no espelho e sei que a bateria do meu celular esta
carregada o suficiente para que meu dia seja vivido sem que acabe a minha
conexão com o resto do mundo.
As vezes me pergunto: Sou um homem ou uma máquina
pensante?
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