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Um pouco antes de hoje.


"A vida me ensinou a nunca desistir. Nem ganhar e nem perder, mas procurar evoluir." (Dias de luta, dias de glória - Charlie Brown Jr)
Hoje pela manhã fechei meus olhos bem forte e lembrei de minha adolescência. É um pouco esquisito tentar entender que isso passou. Hoje as responsabilidades são imensamente maiores. Como disse Chorão: “... - ainda vejo o mundo com os olhos de criança que só quer brincar e não ter tanta responsa, mas a vida cobra sério e realmente não da pra fugir”.

Vejo o quanto é importante trabalhar, compor esse sistema que faz o mundo girar. Sinto em minhas costas o peso da responsabilidade dos meus atos. E até gosto disso. Mas as vezes faço como fiz hoje. Fecho meus olhos e tento relembrar de cada instante que vivi em minha adolescência. Sei que quanto mais o tempo passa, mais coisas vão sumindo de minha memória. Entretanto, tudo isso ainda me trás bons motivos para sorrir. 

Foram tempos difíceis. Dias complicados aqueles! Eu não sabia o que era ter dinheiro para pagar minhas contas. Depender de meus pais foi muito complicado. Então decidi fazer meus bicos por ai. Com o passar do tempo, fui voluntario na secretaria de ação social de minha cidade, depois trabalhei de aprendiz... e assim fui crescendo.

Mas ainda penso em como era estudar. Como era focar no ensino médio... Em quais eram as minhas expectativas. E incrivelmente, quando tento recordar de tudo isso, lembro que eu dormia nas aulas. 
Ainda sinto o sol das nove da manhã em minhas costas enquanto eu estava jogando vôlei ou futsal.  Lembro do pátio cheio na hora do intervalo. Dos jogos nas mesas de ping-poing... Dos dias em que matei aula apenas para ficar tocando violão com meus amigos. Lembro do gosto da comida no refeitório...

Certas coisas deixam marcas. Umas boas e outras ruins. Mas só Deus sabe o quanto agradeço por ter vivido essa fase. Fui feliz ali, na minha adolescência, com todas as incertezas quanto ao meu futuro, sem entender bem meus sentimentos. Mas hoje vejo que a pessoa que fui teria orgulho em ver quem eu me tornei. E não há nada melhor que a sensação de dever cumprido!

Eu gostaria de viver tudo aquilo outra vez. Talvez tomaria decisões diferentes em algumas coisas. Aproveitaria mais e reclamaria menos. Mas eu entendo que tudo o que vivi definiu quem eu sou hoje. 


Martins, Pierre - Araruama, RJ - 14 de Janeiro de 2016.

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