Quem sou eu? Porventura ainda sou aquele por quem um dia
jurei jamais desistir ou quem sabe o tempo mudou tanto minha vida que as
mudanças já passaram a se refletir em meu interior?
Não sei ao certo se ainda vive em mim aquele poeta sonhador;
aquele jovem explorador que não tinha medo de cair na estrada e conhecer o
mundo. Talvez o tempo tenha tornado ele mais distante, mais omisso e menos
valorizado por mim mesmo.
Hoje sinto-me a deriva em um lago escuro e frio, não como os
que conheci, mas como aqueles que assisti em filmes depressivos relatando
histórias de terror escandinavas. Não sinto mais que as ondas da vida vão mudar
minha direção, mas é como se um único empurrão fosse o suficiente para me
conduzir na mesma direção até o fim dos meus dias. Hoje vivo com um roteiro
traçado em minhas mãos e tudo o que eu queria era uma máquina do tempo para
voltar e dizer a mim mesmo que dias de sol não são eternos, momentos não são
infinitos e pessoas tem prazo de validade e, por
mais que pareça lindo, o mundo é cruel com as pessoas felizes.
Por Pierre Martins
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