A verdade é que o mundo nunca é como imaginamos que seria. Ontem refleti um pouco sobre minha vida. Nossa, como minha infância foi inocente! Acreditava que quando chegasse aos vinte anos as coisas seriam bem diferentes. Planejei estar em uma banda de rock, vivendo da música. Sonhava em um dia dividir o palco com os grandes ídolos musicais que eu admirava. Não tinha ambição por riquezas, mas tinha sede de ser feliz; de estar satisfeito com o que eu faria!
Hoje vejo que o destino me reservava algo completamente diferente e digo até deprimente. Troquei minha bike por um transporte coletivo, minha música pelos livros, meu violão pelo computador. O sonho de ser um integrante de uma banda de rock deu lugar a minha faculdade de ciências contábeis. Minha liberdade se resume aos poucos minutos que tenho debaixo do chuveiro, onde posso rever minha vida e lamentar por todos os sonhos verdadeiros que deixei fracassar.
Um bom emprego, uma excelente profissão, um rico vocabulário, um profissional bem sucedido, mas um garoto sonhador fracassado.
Meu cabelo curto, meus sapatos, meus óculos, minha roupa engomada, meu notebook na mochila, meu relógio no pulso... E é minha barba por fazer (que ninguém entende) que se torna o meu único protesto por tudo aquilo que eu quis ser e fracassei.
Hoje sou apenas mais uma engrenagem do sistema que eu tanto critiquei enquanto eu realmente vivi.
Por Pierre Martins
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