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Longe daqui, longe de tudo.

Paisagem
Mais uma vez, após pegar no sono, abri meus olhos e me vi naquela maca, dentro daquela nave. Então levantei e logo Mahat Zoratti cruzou a porta com uma vestimenta em suas mãos. 

- Tome isso e vista-se. – disse ele seguindo em minha direção.

Era um roupão, como daqueles monges do Tibete, só que de cor creme. Então pus a veste e o acompanhei para a sala onde observamos o espaço das ultimas duas vezes.
Ao chegar, me deparei com um planeta muito parecido com a Terra e estávamos nos aproximando lentamente dele.

- Quero que preste atenção no que vou dizer. – disse Mahat Zoratti.
- Tudo bem. – olhei para ele.
- Você não deve se afastar de mim enquanto estivermos lá. Não pode dizer de onde vem. Não pode dizer de que Galáxia é em hipótese alguma, está me entendendo?
- Tudo bem. – fiz que sim com a cabeça. – Mas por que?
- Digamos apenas que eles são preocupados de mais com a segurança.
- Quem são eles?
- Os humanos do planeta Eco. São Econianos! Essa raça prospera a mais de setecentos milhões de anos. A dois milhões de anos foram atacados e quase colonizados por uma raça evoluída de reptilianos. Havia sido seu primeiro contato com uma raça alienígena inteligente. Então eles são bem desconfiados com quem chega aqui. 
- Então por que vamos descer lá? 
- Você precisa encontrar a resposta para uma pergunta e ela está aqui.

Então ficamos em silencio até a nave pousar no planeta. Então descemos por uma rampa e quando olhei para trás, meu coração acelerou pois era incrível a nave em que estávamos. Um disco com a cor de uma prata espelhada. Quando a luz do Sol daquele planeta batia na nave, ela ficava invisível. Só podia observá-la quando alguma nuvem escurecia o ambiente. 

- Incrível, não acha? – disse ele sorrindo ao me ver boquiaberto.
- Simplesmente fabuloso.
- O metal que usamos na fabricação de nossas naves não absorvem a luz. Isso nos deixa invisível nos planetas que visitamos. Mas mais fabuloso que minha nave é esse planeta. Gosto dele em especial porque faz com que eu me lembre de casa.

Eu vi uma grama verde que se estendia por um longo campo de colinas e mais a frente havia um prédio branco extremamente grande em formato de torre.  Havia um caminho até lá e seguimos por ele em silêncio até chegar no salão principal. Quando entrei fiquei perplexo com o que vi. O chão parecia um mármore imenso de cor marfim e as paredes eram brancas. Havia no topo do centro do salão um teto de vidro, onde a luz solar penetrava o ambiente e se difundia por todo aquele local. Então logo um senhor se aproximou de nós. Usava as vestes como as que Mahat Zoratti me deu. Tinha barba bem feita e grisalha. Em seu rosto havia um sorriso estampado. Parecia que eu estava no céu e havia acabado de encontrar São Pedro.  Então ele conversou conosco em meu idioma. 

humanos / Natureza
- Olá, Sr Zoratti! Quem é esse rapaz? – sorriu.
- Um amigo. – disse ele. – Como vai as coisas por aqui?
- Ah sim, vão muito bem. – respondeu. – O que o trás a nossa Terra?
- Vim mostrar algumas respostas a ele. – disse apontando em minha direção.
- O que deseja saber? – perguntou o ancião olhando em minha direção.
- Como é a vida de vocês aqui? – perguntei sem entender o porque daquilo.
- Bom, - disse o ancião sorrindo. – vivemos em paz com a natureza. Aprendemos que viver significa muito mais que existir. Não sei se o Sr Zoratti lhe contou, mas a alguns milhões de anos quase fomos dizimados do universo. Travamos uma longa guerra espacial defendendo nossa Terra daqueles monstros. Erramos por ter enviado tantas mensagens procurando comunicar-se com alguém. Desejávamos não estar sozinho e fomos irresponsáveis mostrando a todo o universo as riquezas de nosso planeta. Quando nossas tropas foram derrotadas e conseguiram, enfim, adentrar nossa atmosfera e nos derrotar por completo causando quase a extinção e escravizando a pouca gente que sobrou, afim de extrair nossos recursos e criar uma nova colônia, vimos a nossa natureza entrar na guerra e vencê-los com toda aquela facilidade. Nós nos gabávamos por quinhentos milhões de anos de evolução, mas as pequenas coisas, como vírus e bactérias, destruíram todos os invasores. Foram todos dizimados por uma epidemia mortal para a espécie deles. Então hoje respeitamos a nossa natureza, pois sabemos que evoluir é preservar, respeitar e cuidar das coisas que nos foram entregues. A Terra nos tornou inteligentes afim de que protegêssemos ela. 
- Nossa! Estou admirado! – meus olhos brilhavam ao o ver falar.
- É, - baixou a cabeça e sorriu. –nós enfim aprendemos.
- Tenho uma pergunta. Quando chega a noite, como isso é iluminado? Não vejo lâmpadas. – indaguei.
- Bom, - sorriu. – durante o dia economizamos a energia utilizando a difusão da luz no ambiente claro. A noite usamos isso.

Mostrou um objeto esférico branco com uma pequena ponta cromada em cada hemisfério e o soltou no ar para me mostrar que era anti gravitacional e ele se ascendeu. Então me explicou que havia um gás dentro dele que se ascendia quando a eletricidade o aquecia. Logo em seguida Mahat Zoratti me conduziu a saída. Então quando estávamos entrando na nave eu o perguntei.

- Onde ficam as baterias daquele troço? 
- Baterias? A eletricidade está no ar.
- Como assim?
- Ah, na sua Terra ainda não tem. Tentamos ensinar isso a Tesla, mas a ganância do povo daquela época impediu o progresso.

Seguimos de volta para a sala da janela. Então ele tornou a falar comigo.

- Faça a pergunta. – olhou em minha direção.
- Tudo bem. Se estamos tão longe, como chegamos aqui em tão pouco tempo?
- A distância é algo subjetivo. O espaço e o tempo podem ser dobrados e, com a tecnologia certa, podemos alcançar dotas as estrelas. Pense nessa nave como algo anti gravitacional. Nesse caso, estamos imunes a influencia do espaço-tempo. Aceleramos e o tempo para e contornamos o tecido sem que o tempo e o espaço influencie. Assim, basta dar as coordenadas mapeadas e estaremos lá agora. 
- Nós nunca vamos conseguir entender isso lá no Brasil. – sorri.
- Nossa, - sorriu. – vocês sabem como fazer isso. Vocês amam e o amor não se limita ao espaço e ao tempo. Você ama agora para todo o sempre. Nem mesmo o fim do tempo de alguém pode vencer o amor. Se alguém morre, você ainda continuará o amando. A resposta está ai. No amor, meu caro padawan.
- O que? – arregalei os olhos.
- O que foi? – Adorei a serie que fizeram chamada Guerra nas Estrelas. Agora está na hora de acordar. Feche os olhos.

Então ao fechar meus olhos em seguida os abri deitado em minha cama com o celular despertando. Então sorri. - Mais um sonho louco! – pensei.



Martins, Pierre – Araruama/RJ – 20 de março de 2015.

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