Criação da Lua |
Ontem nem vi a hora em que peguei o sono. Apenas dormi e
mais uma vez me vi naquele lugar, em frente aquela janela ao lado de Mahat
Zoratti. Mas, diferente da ultima vez, eu sabia que estava sonhando.
Dessa vez estávamos observando um planeta rochoso, não muito
grande, castigado pelo vulcanismo, pois sua superfície estava coberta de lava
incandescente. Havia um anel de detritos de rocha e algo que parecia um
asteroide estava orbitando ele e sugando todo aquele detrito. Parecia um
inferno! A cada instante uma nova explosão causada pela colisão de um pedaço de
rocha.
- É a Terra? – perguntei.
- Será a Terra de alguém um dia.
- Entendi. – meu olhar ficou distante. – Você consegue
transcender o tempo?
- Como assim? – sorriu enquanto observava o planeta.
- Digo, viajar pelo futuro e passado. – olhei pra ele.
- Você e sua raça sabe que podemos viajar para o futuro.
Qualquer um pode, inclusive você. – respondeu sem mexer a cabeça.
- E para o passado? – insisti.
- Vou lhe responder com uma pergunta. Acredita em destino?
- Acho que sim.
- Essa é uma lei imutável do universo. Você não pode mudar o
destino. Se um dia uma raça for capaz de chegar ao passado, então ela vai
descobrir que sempre esteve no passado e mudou a história. A Natureza das
coisas impede que mudemos a lei do destino. Sempre haverá uma saída para lhe
mostrar que você não mudou nada. Agora não acho bom viajar para o futuro. Você
perderá um tempo precioso aqui e jamais poderá recuperar. Mas se for, também
vai acabar se dando conta que seu destino era ir ao futuro.
- E por que a natureza criou essa lei?
- Para nos ensinar. O espaço-tempo pode ser torcido e
dobrado, mas o destino nunca poderá ser mudado. Por isso, valorize cada
segundo, cada sorriso, cada lição. Ame as pessoas antes que o tempo delas se
acabe. Ame a si mesmo enquanto o seu tempo não acaba.
- Você tem razão.
- Sim. São cinco e dez da manhã. Acorde agora. – virou de
costas e caminhou para a mesma porta de ontem.
Então mais uma vez meu celular despertou embaixo do
travesseiro. – Isso tudo é muito louco. – pensei e sorri.
Martins, Pierre – Araruama/RJ – 17 de março de 2015.
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