"... porque joelhos ralados dói bem menos que coração partido" (Era uma vez - Kell Smith)
Quando ele a olhou nos olhos pela primeira vez, não podia
imaginar o que aqueles olhos esmeraldinos fariam com sua vida. Um apego imenso,
um desejo incontrolável...
Ele tentou fugir, mas os laços que ligavam um ao outro
eram mais fortes. Mesmo com caminhos e escolhas tão diferentes, ela o
completava. No fundo, seu coração sabia que ela era o pedaço que lhe faltava.
Foi inevitável que seus lábios se tocassem. Foi inevitável
que suas mãos se entrelaçassem e que seus corpos se entregassem para que se
tornassem apenas um.
Ele queria ser mais por ela. Ele queria ser alguém
melhor. Ela despertava algo novo nele. Um sentimento puro. Ela era aquela fonte
de água limpa em meio a toda a poluição de sua vida.
Quando ela deitou em seu peito ele sentiu esperança. Ele
pensou que talvez um futuro pudesse ser construído. Que talvez a vida pudesse
ter caminhos estranhos, mas ainda assim ela o tornaria feliz de fato.
Quando ali ela estava deitada em seus braços naquela
noite, ele voltou a sonhar. Viu uma casa com filhos, fins de semana na praia e
noites quentes em meses frios.
Enquanto ele a olhava quando conversavam, ele percebia
cada detalhe em seu rosto. Seus olhos incríveis, sua sobrancelha bem feita,
seus cabelos, seu sorriso tímido... Existia nela um poder de fazê-lo acreditar
que era sobrenatural!
Em pouco tempo eles já tinham construído momentos
marcantes e tinham boas histórias para contar.
Sem perceber, ele já havia se apaixonado. E não havia quilômetros
que pudessem separá-los, pois seus corações já haviam se transformado em apenas
um. Assim ele acreditava.
Mas o tempo e talvez o orgulho, ou apenas os medos, ou
sabe-se lá o que havia dentro dela, acabaram os afastando. Em dado momento ele
sentia que aquela pessoa especial agora estava distante, inalcançável.
Então, um belo dia o girassol se recusou a olhar para o
sol outra vez.
Como uma estrela gigante, assim foi sua história. Toda
aquela intensidade explodiu! Ele queria perenidade, mas ela o deixou.
Em seu coração, agora existe um imenso vazio quando os
olhos dela, quando aquele sorriso vem em sua mente.
Como dizem por ai, o tempo cura todas as feridas. Ele
sente falta, mas sabe que a vida deve seguir. Um dia ele vai estar com outra
pessoa, mas seu pensamento em algum momento irá até ela. Como deveria ter sido
se tivessem dado certo?
Um dia ele tornará a se apaixonar por outra pessoa. E ao
olhar para sua nova mulher, vai pensar e, talvez até dizer entre sorrisos: “Da
ultima vez que eu olhei assim para alguém, eu me ferrei!”
Mas existe uma certeza. Se ele foi para ela tão
importante quanto ela foi para ele, as perguntas mais simples trarão um a
memória do outro.
E se faltarem palavras, apenas pergunte: “Você gosta de
pão?”
Martins, Pierre - Iguaba Grande/RJ - 08 de Dezembro de 2018.
Comentários
Postar um comentário